Conheça a história da "nossa casa" e saiba porque nos tornamos um Hostel
Desde 2005 a "nossa casa" é um local de encontro de pessoas queridas e de alto astral. Por aqui aconteceram encontros nas mais diversas oportunidades e festas temáticas.

A foto acima retrata um dos carnavais que por aqui aconteceram... a casinha era bem mais simples e cada toque foi dado por pessoas que por aqui frequentavam.
A Serra dos Alves era, neste tempo, quase que completamente sem nenhuma estutura para receber turistas.

As confraternizações aconteciam nos encontros entre amigos do nosso anfitrião que encontrou este cantinho através do amigo Geraldo Raul, natural da nossa comunidade.
A casa era assim:


Apesar de rodeada por muito mato, a casinha encanta no primeiro momento por sua localização e uma bica de água limpa e natural bem aos fundos.
Aos poucos as intervenções foram feitas com ajuda de amigos e o trabalho de pessoas da comunidade. Repare bem na parede de bambu... é neste cantinho que hoje foi construída a nossa cozinha.

Na foto o amigo Buiú (em memória) e Rodrigo. Foram os primeiros a pernoitar nesta casa.
Anteriormente a audácia de dormir no meio do mato só tinha sido alcançada pelo anfitrão Carlos e seu amigo Buiú.
Buiú, querido amigo falecido, foi que ensinou todas as "artimanhas" de se ter uma casa no mato com água em gravidade, elétrica precária e outros conhecimentos mais como pintura e construção civil.
Buiú era um excelente cozinheiro e era ele quem alimentava a turma que aqui frequentava.
Utilizando uma chapa de arado, Buiú fazia nele as três refeições diárias. Destacava-se o macarrão na chapa.
Nesta época o acesso só era feito a pé e cada visita era carregando tudo o que a gente precisava pra passar as noites.

Nem por isso a nossa turma deixava de festejar da melhor maneira.
Muita alegria e disposição faziam com que as pessoas superassem os desafios para ficarem tranquilas e com a privacidade que todo mundo deseja. Ninguém incomoda ninguém.
As vezes a gente até exagerava na busca do conforto diante da preguiça de andar para as cachoeiras.
Diga-se preguiça porque era tanta gente querida reunida sempre que o perímetro da nossa casa já bastava para que a diversão fosse garantida.

Cabe mais gente? rs
Cabe sim... sempre exagerávamos na quantidade de pessoas, mas o pessoal começou a ficar ciumento ou impaciente com as visitas inesperadas que por aqui apareciam apenas para observar a alegria da casa ou muitas das vezes tomar toda a nossa cerveja... hehehe...
Parece intolerância não é? Mas imagine você que se a sua cerveja acabar você terá que se deslocar mais de 20km para encontrar o bar mais próximo e quando retornasse... carregar toda a carga pela trilha novamente. Danado não?
Assim o pessoal, arteiros e artistas como sempre foram, criaram uma das primeiras "obras de arte" da nossa casa e que até hoje se mantém pendurada na nossa cozinha...

"Quem te chamou?" virou um jargão na nossa casa... mas claro que em 99,9% das vezes virou motivos de risos e gargalhadas porquê esta placa na verdade nunca funcionou, mas as cervejas começaram a chegar.
Dentre as festas vale lembrar da Festa Juninha... Chegamos em sua maioria na comunidade em uma kombi escolar, que sinceramente até hoje não acredito que os pais das "meninas" deixaram-nas embarcar nessa viagem. Era colchão, fantasia e muita bagunça lá dentro da kombi.
Mas como sempre tudo correu muito bem até a noite da quadrilha. Sorteio de casais para dança e a pergunta que não parava. "Alguém trouxe música de quadrilha?"
Ninguém tinha lembrando da sonoridade dessa festividade e o único que tinha um MP3 era fã de música eletrônica. hahaha... Final das contas? "Trancilha"...
Foi o nome que conseguimos dar ao único arraiá com som de trance para fazermos a grande roda e o caminho da roça.

E assim continuaram os nossos encontros com as mais diversas alegrias e fantasias até que nosso anfitrião mudou-se do Brasil e ao retornar e viver inúmeras experiências em hospedagens compartilhadas, resolveu abrir as portas da "nossa casa" para que todos pudessem sentir e viver toda a energia que cada um que por aqui passou, deixou.
Agora não temos mais ciúmes e sim um aumento constante na nossa gama de amigos e pessoas queridas que vêm até aqui nos conhecer e que sempre retornam para um abraço e para reviver toda a experiência que encontraram por aqui.
Em breve mais contos e histórias da construção deste espaço multi-cultural que é o Serra dos Alves Hostel.
Grande abraço!